Divulgada nesta segunda-feira (07/02), pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a nova Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos indica que o salário mínimo necessário para atender uma família com dois adultos e duas crianças em janeiro deveria ter sido de R$ 5.997,14. O piso nacional vigente, de R$ 1.212, é 4,95 vezes menor que o valor ideal.
A atual queda no poder de consumo dos trabalhadores tem ficado cada vez mais evidente, pois toda a semana os produtos estão mais caros.
Dois fatores têm ajudado a diminuir o poder de compra dos trabalhadores, o aumento elevado de preços dos alimentos e bens de consumo, e o fim da política de valorização do salário mínimo.
Desde que o governo de Jair Bolsonaro (PL) acabou com a política de valorização do salário mínimo, criada no governo Lula e mantida por Dilma Rousseff, ambos do PT, o valor do piso nacional se distancia cada vez mais do ideal para os trabalhadores brasileiros suprirem as despesas básicas de uma família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
A política de valorização estabelecia aumentos reais para os pisos salariais, que também servem de parâmetro para o pagamento de aposentadorias e benefícios assistenciais e trabalhistas. De 2003 a 2017, segundo o Dieese, o ganho real, ou seja, acima da inflação foi de 77,01%.
Como é feito o cálculo
O Dieese faz uma pesquisa mensal dos preços da cesta básica em 17 capitais e, com base na cesta mais alta, estima o valor do salário mínimo ideal.
Em janeiro, em nove cidades, a alta acumulada da cesta básica em 12 meses supera os 10% (em um caso, os 20%) e chega a comprometer mais de 60% do salário mínimo líquido.
Os alimentos aumentarem em 16 capitais. Açúcar, batata, café, óleo de soja e tomate foram alguns dos produtos que subiram de preço em janeiro.
Os maiores aumentos foram registrados em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%).
Em números absolutos, São Paulo foi o local onde a cesta básica apresentou maior custo, de R$ 713,86. A capital paulista é seguida por Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00).
CUT/Brasil
Foto: Agência Brasil
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