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Governo lança Nova Indústria Brasil

O presidente Lula (PT) anunciou ontem (22) formalmente o plano “Nova Indústria Brasil”, que envolve financiamentos de R$ 300 bilhões até 2026, durante reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), realizada no Palácio do Planalto.


O valor será disponibilizado para a reindustrialização do país em linhas de crédito específicas – tanto reembolsáveis quanto não reembolsáveis – além de recursos por meio de mercado de capitais.


O gerenciamento estará à cargo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).


Em seu discurso, Lula defendeu o financiamento à exportação para que o Brasil se torne competitivo. "Para o Brasil se tornar competitivo, o Brasil tem que financiar algumas coisas que ele quer exportar. A gente não pode agir como sempre agiu, achando que todo mundo é obrigado a gostar do Brasil, que todo mundo vai comprar do Brasil sem que a gente cumpra com nossas obrigações. Debate a nível de mercado internacional é muito competitivo, é uma guerra", disse o presidente da República.


Segundo o texto do programa, as medidas devem “fortalecer a indústria brasileira, tornando-a mais competitiva, e, assim, capaz de gerar empregos, de elevar a renda nacional e de reduzir desigualdades”.


O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e Ibaté, Vanderlei Strano vê com otimismos as propostas anunciadas. "O movimento sindical vem se desdobrando para garantir a manutenção dos empregos, por isso, precisamos de uma política industrial eficaz e o anúncio do governo com a "Nova Indústria Brasil" vem nesse sentido, para a economia voltar a girar. Podemos ver com otimismo as propostas anunciadas, uma delas de extrema importância, o apoio ao financiamento à exportação, abrindo assim novas oportunidades para a economia brasileira no cenário internacional”, ressalta Vanderlei.


A Nova Indústria Brasil é norteada por metas aspiracionais relacionadas a cada uma das missões.

A garantia da segurança alimentar e nutricional dos brasileiros passa pelo fortalecimento das:


Cadeias agroindustriais (missão 1), que devem chegar à próxima década, segundo a meta estipulada, com 70% dos estabelecimentos de agricultura familiar mecanizados – atualmente apenas 18% o são. Além disso, 95% dessas máquinas devem ser produzidas nacionalmente;


Saúde (missão 2), a meta é ampliar a participação da produção no país de 42% para 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, entre outros, o que contribuirá para fortalecer o Sistema Único de Saúde e melhorar o acesso da população à saúde;


Bem-estar das pessoas nas cidades (missão 3), o que envolve infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis. Entre as metas está a de contribuir para reduzir em 20% o tempo de deslocamento das pessoas de casa para o trabalho — atualmente esse tempo é, em média, de 4,8 horas semanais no país, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE.


Na mesma missão, a política propõe ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável. Hoje, a participação nacional representa 59% da cadeia de ônibus elétricos, por exemplo.


O foco, nesta missão, será principalmente em eletromobilidade, na cadeia produtiva da bateria e na indústria metroferroviária, além do investimento em construção civil digital e de baixo carbono;


Transformar digitalmente (missão 4), 90% do total das empresas industriais brasileiras (hoje são 23,5%) digitalizadas e triplicar a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias. Nesse sentido, é prioritário o investimento na indústria 4.0, no desenvolvimento de produtos digitais e na produção nacional de semicondutores, entre outros;


Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas (missão 5) está a de ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes — atualmente os combustíveis verdes representam 21,4% dessa matriz. Também se espera aumentar o uso da biodiversidade pela indústria e, ainda, reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional, que está em 107 milhões de toneladas de CO2 por trilhão de dólares produzido. Para a transformação ecológica na indústria, são áreas prioritárias a produção de bioenergia e de equipamentos para geração de energia renovável;


Defesa (missão 6), pretende-se alcançar autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas de maneira a fortalecer a soberania nacional. Será dada prioridade para ações voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, sistemas de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.


Fonte: CUT Nacional, com informações do Planalto, G1 e UOL.





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