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INPC acumula 9,16%, em 11 meses

Divulgado na terça-feira (09/08), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que teve queda de 0,60% em julho, e fechou 9,16%, no acumulado dos 11 meses.


A data-base dos metalúrgicos que é 1º de setembro, utiliza o índice para aplicar o reajuste salarial da categoria, que com essa deflação pode apresentar perda significativa no salário do trabalhador.


Dados divulgados pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), mostra que apesar da queda da inflação os alimentos tiveram em alta, com isso observa-se que os produtos alimentícios passaram de 0,78% em junho para 1,31% em julho, enquanto os não alimentícios foram de 0,57% para -1,21%. Quanto aos índices regionais, à exceção de São Paulo (0,38%), todas as áreas tiveram queda em julho.


O menor resultado foi no município de Goiânia (-1,81%), puxado para baixo pelo recuo nos preços da gasolina (-21,57%) e da energia elétrica (-14,92%). A alta de São Paulo deve-se, principalmente, à energia elétrica (7,52%) e ao leite longa vida (21,95%).


A alta do leite, contribuiu especialmente para o resultado da alimentação no domicílio, que acelerou de 0,63% em junho para 1,47% em julho. Outro destaque foram as frutas, com alta de 4,40%.


No lado das quedas, os maiores recuos de preços vieram do tomate (-23,68%), da batata-inglesa (-16,62%) e da cenoura (-15,34%), que acumulavam altas de mais de 100%.


Além dos alimentos, outros itens que tiveram alta relevante em julho foram passagens aéreas (8,02%), taxa de água e esgoto (0,96%), empregado doméstico (1,25%) e cigarro (4,37%).


Entenda o que é deflação


A queda nos preços dos combustíveis, em especial da gasolina e do etanol, e da energia elétrica, derrubou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho em -0,68%. Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980, mas os preços dos alimentos, itens que mais afetam a população, especialmente a mais pobre, continuaram subindo, como mostra qualquer ida a um supermercado, como fez o fotografo do PortalCUT Roberto Parizotti, o Sapão, que ficou espantado com os preços do café, do grão de bico e do leite, entre outros itens.


O termo deflação é equivalente ao aposto da inflação, que é quando há alta generalizada de preços em um determinado período de tempo.


Dos 377 produtos e serviços investigados pelo IBGE, 237 tiveram alta de preços em julho - em junho, foram 252 em alta.


De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (9) pelo Instituto, a inflação acumulada do ano é de 4,77% e, nos últimos 12 meses – de julho do ano passado a julho deste ano -, de 10,07%. Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, dois apresentaram deflação em julho, enquanto os outros sete tiveram alta de preços. O resultado do mês foi influenciado principalmente pelos custos dos grupos Transportes (-4,51%) e Habitação (-1,05%).


O grupo de despesas pessoais (1,13%) acelerou em relação ao mês anterior (0,49%). Os dois principais destaques foram os subitens empregado doméstico (1,25%) e cigarro (4,37%), este último por conta dos reajustes entre 4,44% e 8,70% nos preços dos produtos comercializados por uma das empresas pesquisadas, a partir de 3 de julho.


Queda dos combustíveis


Sobre a queda do índice, influenciada pelos preços dos combustíveis mais baratos, o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, lembrou que a Petrobras anunciou no dia 20 de julho uma redução de 20 centavos no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras.


Lembrou ainda da Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, que reduziu o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações.


Segundo ele, essas reduções afetaram o grupo de transportes (-4,51%) e o de habitação (-1,05%), por conta da energia elétrica (-5,78%).


“Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo”, explicou.


Os preços da gasolina caíram 15,48% e os do etanol, 11,38%. A gasolina, individualmente, contribuiu com o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem o IPCA, com -1,04 p.p. Além disso, também foi registrada queda no preço do gás veicular, com -5,67%.


O pesquisador também destaca que além da redução da alíquota de ICMS cobrada sobre os serviços de energia elétrica, outro fator que influenciou o recuo do grupo habitação foi a aprovação, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), das Revisões Tarifárias Extraordinárias de dez distribuidoras espalhadas pelo país, o que acarretou redução nas tarifas a partir de 13 de julho.


Outro grupo que contribuiu para o resultado da inflação foi vestuário, com uma desaceleração de 1,67% para 0,58%, após apresentar a maior variação positiva entre os grupos pesquisados nos meses de maio e junho. “A gente teve uma queda muito forte no preço do algodão, que é uma das principais matérias-primas da indústria têxtil, no final de junho”, esclarece Pedro. As roupas masculinas passaram de 2,19% em junho para 0,65% em julho, enquanto as roupas femininas foram de 2,00% para 0,41%. Os calçados e acessórios (1,05%), por sua vez, tiveram variação um pouco abaixo do mês anterior, quando registraram 1,21%.


Também mostrou ritmo de desaceleração o grupo de saúde e cuidados pessoais (0,49%) devido à variação inferior dos valores dos planos de saúde (1,13%), na comparação com o mês de junho (2,99%), e à queda de 0,23% dos itens de higiene pessoal, frente à alta de 0,55% em junho.


DIEESE

CUT/BRASIL








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